Sempre fui muito criativa e habilidosa, mas nunca fui
muito determinada e tão pouco persistente, quando as coisas não dão certo tomo
logo um novo rumo, por mais difícil que isso seja.
Tomei algumas decisões importantes na minha vida,
coisas que só dependiam da minha determinação e parece que comecei a entender a importância de ser determinada e persistente. Estava feliz com as mudanças de
atitude, porém bem perdida em relação ao trabalho, ao meu lugar no mundo, a
minha profissão e contribuição profissional.
Muitos anos trabalhando com recreação, muitos anos com minha
empresa, muitos eventos, festas e ações, mas algo não estava bem, fui aos
poucos reduzindo as atividades até que praticamente parei e resolvi repensar,
me reestruturar na verdade. Comecei com as mudanças pessoais, e foi muito bom!
Depois comecei uma busca pra me achar profissionalmente. Não sei dizer o
motivo, mas não me sentia plena apenas com as recreações.
Resolvi fazer vestibular pra Artes Visuais na Ufrgs, e
comecei o curso preparatório para a prova prática de desenho de observação, foi
ótimo, adorei fazer, desenhava tudo que via, ou tentava rsrsrs.... Aprendi
muito e foi bem satisfatório. Mas não passei na prova de desenho... (uma
história que conto melhor num próximo post)
Ai estava de bobeira pensando na vida quando uma amigona
liga avisando que teria uma seleção para contratação emergencial na prefeitura
de Alvorada, fui fazer e passei! Fiquei
muito feliz, não pelo salário, que não era nada representativo, mas pela
oportunidade de estar trabalhando como Orientadora Social numa turma de contra
turno do CRAS do bairro Nova Americana. Isso era de fato uma ótima oportunidade
de contribuir socialmente e quem sabe encontrar um rumo na minha profissão. E
foi realmente muito bom!! Ensinei algumas coisas, mas aprendi muito mais.
Quando iniciei meu trabalho a sala era muito pequena, o
clima era de depósito, as brigas faziam parte da rotina e no geral as crianças
causavam medo pela sua falta de respeito e disciplina. Tudo foi difícil, todos
os dias muitos desafios, até conquistar a confiança das crianças e um novo
espaço o qual decoramos com muito carinho.
Porem chegou um ponto que eu estava exausta, eram 9 crianças
pela manhã e 12 crianças durante à tarde com turnos de 4h, todas de alguma
forma eram especiais, só eu pra tudo, sem auxiliar, uma querida psicóloga que
me orientava, muito bem por sinal, mas não bastava, percebi que não era capaz
de me manter ali. Sentia que as crianças precisavam de algo mais que eu naquele
momento não podia oferecer, então resolvi pedir para sair. Foi uma decisão
difícil, mas eu já não tinha muito a contribuir, então creio que fiz o que
tinha que fazer. Hoje tenho certeza que me faltou conhecimento e didática.
Sinto saudades das crianças, eles me ensinaram coisas muito
importantes que nunca vou esquecer e certamente me fizeram crescer como pessoa
e me ajudaram na decisão de me posicionar definitivamente como socialista.
Logo, logo volto com mais publicações, mas por hoje é só...
Abraços balançados!!
Taís Krug
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